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"Jornal BIOQUIMICAp: HISTÓRIAS DA QUÍMICA - A química dos Alquimistas"

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27 de setembro de 2012

HISTÓRIAS DA QUÍMICA - A química dos Alquimistas


Aqueles que acreditaram no Homunculus, no Elixir da Longa Vida e na transformação de qualquer metal em ouro através da obtenção da Pedra Filosofal deram origem à mãe da Química Experimental.


Podemos dizer que Alquimia é uma prática antiga que envolve Ciência e misticismo, e que surgiu há muitos séculos atrás. Aqueles que a praticavam, denominados alquimistas, passavam suas vidas inteiras pesquisando a obtenção da Pedra Filosofal (também chamada de Medicina Universal), substância que seria capaz de transformar metais inferiores em ouro; e de fabricar o Elixir da Longa Vida, que curaria qualquer doença, além de garantir uma vida muito longa a quem o ingerisse. Além disso visavam à criação de um homenzinho de algumas polegadas, denominado Homunculus, que seria originado de matéria inanimada. Durante a Idade Média, muitos alquimistas foram julgados pela Inquisição, pois suas práticas eram associadas ao satanismo, e até hoje o enxofre, que era uma substância muito utilizada nos seus experimentos, é associado ao demônio.
Além do enxofre, no processo alquímico para a fabricação da Pedra Filosofal utilizavam-se muito o orvalho das folhas, sal (conhecido também por arsênico) e mercúrio. Nos manuscritos antigos, o “procedimento experimental” aparece repleto de simbologias, desde desenhos de animais até figuras astrológicas. A obtenção da Pedra Filosofal dividia-se em quatro etapas:


§  Nigredo: ou Operação Negra, é o estágio em que a matéria era dissolvida e putrefata (associada ao calor e ao fogo);
§  Albedo: ou Operação Branca, é o estágio em que a substância é purificada (associada à luz da Lua e à prata);
§  Citrinitas: ou Operação Amarela, é o estágio em que se operava a transmutação dos metais, da prata em ouro, ou da luz da lua, passiva, em luz solar, ativa;
§  Rubedo: ou Operação Vermelha, era o estágio final, em que se produzia a Pedra Filosofal.



Outra crença interessante dos alquimistas era a de um mundo material composto basicamente pelos quatro elementos: água, fogo, terra e ar. Haviam também quatro qualidades ligadas a esses elementos: úmido, seco, frio e quente. As qualidades dos elementos em diferentes proporções determinavam a forma e a natureza de qualquer coisa, e por isso os alquimistas acreditavam transformar uma forma ou matéria em outra alterando apenas as proporções dos elementos através de processos (figura 1) como a destilação, a combustão, o aquecimento e a evaporação, que conhecemos muito bem atualmente.

Figura 1- Ilustração de processo alquímico

A partir desta teoria, fazia todo o sentido ser possível criar um ser humano em laboratório através de qualquer matéria. Nasceu então a busca para fazer o Homunculus. Esse nome foi utilizado pela primeira vez pelo famoso alquimista Paracelsus, um dos pais da medicina moderna, que alegava que para criar o homem de poucas polegadas era necessário sêmen humano posto junto com esterco de cavalo num frasco com gargalo em forma de pescoço de cisne extremamente vedado por 40 dias, para se formar um embrião. Já o alquimista Johanned Konrad Dippel dizia que era preciso fecundar ovos de galinha com sêmen humano e tapar o orifício com sangue de menstruação.
Tentativas bizarras à parte, graças a esses “químicos pioneiros’’, nós utilizamos atualmente técnicas como banho-maria, sublimação e filtração, sem falar nas substâncias como os ácidos sulfúrico e clorídrico, e o fósforo. Outras “contribuições alquímicas” podem ser encontradas no entretenimento popular, como no mangá japonês Full Metal Alchemist, que trata da busca pela pedra filosofal, e cujo pai dos protagonistas chama-se Van Hohenhein, nome de um famoso alquimista. Não podemos esquecer também do Harry Potter, cujo primeiro livro/filme Harry Potter e a Pedra Filosofal tem como tema a pedra filosofal e seu descobridor Nicolas Flamel (que realmente existiu). Flamel também é citado no Código da Vinci, como um dos grãos-mestre do Priorado de Sião, que protege todos os “descendentes de Jesus Cristo”. Hoje em dia, com o avanço das pesquisas científicas, sabemos que é possível transformar elementos químicos em outros, através de reações e fenômenos nucleares, assunto da próxima edição do BIOQUIMICAp. Não perca!!!

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