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27 de setembro de 2012

Aconteceu - Acidente químico em curtume de Bataguassu (MS) causa quatro mortes



No dia 31 de janeiro deste ano, um acidente químico ocorreu no curtume (lugar onde se processa couro de gado) da empresa frigorífica Marfrig, em Bataguassu (335 km de Campo Grande), causando a morte de quatro trabalhadores, além de 16 hospitalizações. Segundo o Corpo de Bombeiros, a informação inicialmente fornecida consistia numa reação química de uma substância desconhecida com o dicloro propiônico, uma das substâncias utilizadas para beneficiamento do couro. Porém 24 horas depois, houve o esclarecimento de que as mortes foram provocadas pela inalação do ácido sulfídrico (H2S) que na temperatura ambiente é um gás altamente tóxico e corrosivo. O gás foi formado a partir de um dos produtos de uma reação envolvendo o sulfidrato de sódio (agente redutor usado para retirar o pelo do couro bovino) com uma substância desconhecida. O grupo Marfrig, proprietário da marca Seara, prestes a se tornar a maior processadora de carnes do mundo com fábricas espalhadas por todos os continentes, foi multado em 1 milhão de reais.


RECONSTITUIÇÃO DO ACIDENTE

Um caminhão da Marfrig trouxe um carregamento de 10 mil litros de Coramin, agente à base de sulfidrato de sódio, que seria despejado em um dos três tanques subterrâneos instalados no curtume. Após o motorista ter descarregado cerca de 600 litros, uma densa nuvem de gás começou a ser formada, e três funcionários que estavam presentes numa estrutura acima do tanque desmaiaram na hora. Outro funcionário tentou descer as escadas da estrutura para fugir do gás, mas desmaiou no caminho. Ao perceber o que estava acontecendo, o motorista conseguiu fechar a válvula e se afastar do local. Quando os bombeiros chegaram, muitos funcionários apresentavam mal-estar, e assim que todos foram retirados do curtume, esse foi isolado. Uma equipe de bombeiros de Campo Grande especializada em acidentes com produtos químicos foi até o local para ajudar na apuração do ocorrido.

 Imagem retirada do Telejornal MS Record 1ª edição








PONTO DE VISTA BIOQUÍMICO

Segundo Sílvio César de Oliveira, professor de química da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, durante a transferência do Coramin para o tanque, o pH do meio pode ter baixado, causando a evolução do gás. Numa concentração em torno de 700 a 1500 ppm (partes por milhão), o ácido sulfídrico pode levar uma pessoa à morte em cerca de dois minutos. Após passar pelos pulmões, o ácido sulfídrico chega à corrente sanguínea e quando atinge o cérebro passa a agir no Sistema Nervoso Central, ocasionando a paralisação do sistema respiratório e consequentemente uma morte por asfixia. Essa é uma das causas que está sendo cogitada por peritos e pesquisadores na área da química, mas ainda não há certeza do que tenha reagido com o sulfidrato de sódio para provocar o desastre.  

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